terça-feira, 16 de abril de 2013

Conto Tradicional


O BOSQUE ENCANTADO

 

            Hoje, o Luís e a Luísa passaram a vida a fazer asneiras. Reparem: primeiro, foram passear sozinhos para o bosque. Depois, embrenharam-se por caminhos que não conheciam, só para descobrir novas paisagens… Mas, a certa altura, a Luísa olhou à sua volta e exclamou:

- Sabes uma coisa mano? Acho que estamos perdidos!

- Chhhhiii! E agora? E o pior é que estou com uma fome de lobo…

- Repara naqueles frutos, mesmo na moita. Será que são bons para comer?

            A Luísa foi lá, colheu algumas bagas encarnadas e comeu-as.

            - Mmmm, são deliciosos! – exclamou, oferecendo alguns ao irmão. E comeram regalados.

            Não tinha passado um minuto e muitos animais do bosque surgiram ante os seus olhos, todos vestidos. O Luís e a Luísa iam arregalar os olhos para ver melhor, mas nem tiveram tempo, pois sentiram-se a minguar como plástico ao lume.

            Então um coelho gentil tranquilizou-os dizendo que se chamava Óscar e que os devia ter avisado dos frutos, mas que iria resolver o problema.

            Os meninos meio a medo também disseram os seus nomes.

            Óscar disse que os ia levar ao duende Gustavo que era um sábio e que os iria transformar novamente em humanos. Foram até à pequena cabana do Duende onde Óscar lhe contou o que tinha acontecido.

            - Estou a ver! – diz o homenzinho, coçando as barbas. – Bem, vou preparar uma poção mágica que produz o efeito contrário ao das bagas.

Depois de preparar a poção, o duende Gustavo leva os dois meninos para a entrada do Bosque Encantado. Durante o caminho, muitos animais, curiosos com os visitantes, acompanham-nos.

À despedida, Gustavo oferece aos irmãos dois frasquinhos cheios de poção. E dá-lhes um conselho:

- Tendes de bebê-la de um só gole! Assim, nem sentireis o seu sabor horrível!

O Luís e a Luísa seguem o conselho. E agora estão novamente com o seu tamanho normal. Lá em baixo, peq          ueninos, o duende Gustavo e os seus amigos parecem bonequinhos.

- Obrigado, senhor Gustavo! – gritam-lhe lá do alto.

E como a tarde já chega ao fim, eles despedem-se dos seus novos amigos do Bosque Encantado.

  

Alain Jost, Imelda Heuschen, e Francoise Le Gloahec, 100 Histórias à lareira, 2008, Edições ASA

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